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Audiência na Comissão de Educação e Ciência na Assembleia da República sobre o estado do equipamento tecnológico das escolas

Audiência na Comissão de Educação e Ciência na Assembleia da República sobre o estado do equipamento tecnológico das escolas

by Fernanda Ledesma -
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No dia 26 de março, a equipa da ANPRI teve uma audiência com a Comissão de Educação e Ciência na Assembleia da República sobre o estado do equipamento tecnológico das escolas. Na génese desta audiência esteve a carta aberta que a ANPRI escreveu Senhor Ministro da Educação, sobre os assuntos que pretendia ver abordados no Fórum do Incode 2030, que decorreu em dezembro de 2018.

Para esta audiência a ANPRI preparou um documento com dados que comprovam a falta de equipamento tecnológico e a falta de investimento nas tecnologias na educação e outras situações que constam na referida carta.  

O equipamento nas escolas entre 2009 e 2017 diminui mais de 50%. Estes dados têm como fonte a publicação “Modernização tecnológica” do ano 2017, última publicação oficial divulgada.  Ainda por publicar estão os dados relativos ao ano 2018.

Apenas 22% dos computadores das escolas tem menos de 3 anos e 34 % dos computadores portáteis. Salientando que, ao nível de projetos centrais, desde 2010 (Plano Tecnológico da Educação) que não há nenhum projeto para aquisição de equipamento. Houve anos, que era preciso adquirir peças, como se manutenção se tratasse, para se poder adquirir algo nesta área.

As escolas nas quais vai entrando algum equipamento tecnológico novo é por iniciativa das mesmas, por candidaturas a projetos dinamizados por entidades da sociedade civil ou por apoio de parcerias com empresas.

Sendo, iniciativas positivas, devendo-se continuar a fomenta-las, não pode ser o “modo” de (re)equipar as escolas do país. Esta situação está a colocar as escolas a várias velocidades, nestas áreas.

Neste documento contam os dados relativos ao 1º ciclo, 2º e 3º ciclo. Sendo que o nº de equipamentos existentes, bem como o seu estadoo, define as condições, nas quais estão a ser são implementadas as aprendizagens essenciais.  

Segundo o artigo do jornal Expresso referia que iram ser disponibilizados seis milhões de euros para o programa “Computação na Escola” para o 1º ciclo. Contudo 80 turmas das oficinas de formação (15+15) representam a integração de 5% dos docentes do 1º ciclo, com um custo de formadores de 36 000 €.

Por outro lado, segundo indicações da Direção Geral de Educação na Formação de Formadores a responsabilidade dos equipamentos é dos Municípios. Relativamente à estrutura de Internet, que encontramos nas últimas semanas, nas escolas que visitamos do 1º ciclo, foi-nos referido serem Ministério de Educação. Parece-nos haver falta de articulação entre as duas entidades que partilham a tutela o 1º ciclo, neste projeto de formação.

Relativamente ao 2º e 3º ciclo não houve, até agora, qualquer formação no âmbito das aprendizagens essências para a disciplina de TIC, dinamizada pela tutela.

Para além disso, em boa parte das escolas, o tempo atribuído à disciplina de TIC no 5º, 6º, 7º e 8º ano, somado, corresponde ao mesmo que tínhamos, apenas no 7º e 8º ano, até 2016. Foi um up-grade ilusório que não nos permite fazer um trabalho sério e aprofundado com os alunos. O professor que leciona a disciplina de TIC pode ter no limite 44 turmas, 22 por semestre. A semestralização não se coaduna com Projeto de Turma. A disciplina termina a meio do ano ou inicia a meio do ano.

Relativamente à internet o ME disponibiliza um serviço a todas as escolas, que é um mau serviço. As escolas, nas quais, as condições são melhores foram as escolas que investiram ou os municípios. Têm 2 serviços a funcionar em paralelo.

Os alunos do ensino secundário, que frequentam o ensino regular, continuam sem ter acesso a disciplinas de tecnologias/informática/ciências da computação do 10º ao 12º ano. A disciplina de Aplicações Informáticas tem carater opcional. Contudo, em muitas escolas, nem surge nas opções para os alunos, a poderem selecionar.

Por isso, neste nível de ensino, o sistema falha

  • na aprendizagem,
  • na sensibilização para estas áreas,
  • na oportunidade de os alunos poderem fazer uma opção esclarecida para um percurso no ensino superior

Sobre a Coordenação das Tecnologias nas Escolas, referimos que o cargo foi descaraterizado em 2010 e que se ainda há 50% equipamento a funcionar, a estes professores o devem. No Fórum do INCODE 2030 foi referido que era preciso partir para uma solução mais profissional, mas passados 4 meses não a conhecemos.

A generalidade a maioria dos senhores deputados representantes dos partidos ficou sensibilizado, estando de acordo que é necessário fazer um plano para reequipar as escolas. A Bancada Parlamentar do PSD questionou-nos relativamente aos projetos de programação e qual era a nossa posição relativamente ao uso dos telemóveis.

A Equipa da ANPRI presente na audição esclareceu que, relativamente, aos telemóveis a nossa posição passa por educar e não por proibir, mas para isso é preciso condições. Tendo em conta, que os estudos existentes, mostram que grande parte das famílias não têm conhecimentos para educar os filhos a este nível, a escola tem de trabalhar esta dimensão.

Quanto ao projeto de programação e robótica, segundo a DGE, na reunião que decorreu em finais de julho, do ano letivo anterior, iria ser integrado na disciplina de TIC. Mas o projeto era para todos os professores e a disciplina de TIC é dos professores de Informática.

Relativamente aos projetos e clubes de programação informamos que os Clubes este ano procederam, apenas, o registo. Estamos no final do 2º período e a 2ª parte, relativa às atividades não foi feita. Conforme imagens a seguir captadas a 25 de março de 2019.

Aguardamos a marcação de outras reuniões a propósito destes assuntos.

março de 2019.