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ANPRI: em Audiência na Comissão de Educação e Ciência na Assembleia da República

ANPRI: em Audiência na Comissão de Educação e Ciência na Assembleia da República

por Fernanda Ledesma -
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A ANPRI teve uma audiência na Comissão de Educação e Ciência, na Assembleia da República. Nesta audiência transmitimos aos Ex.mos Senhores Deputados algumas situações relativas à disciplina de Tecnologias de Informação e Comunicação e aos projetos de programação. Pois, criaram-se em Portugal, alguns mitos fáceis de transmitir para a opinião pública e que muito nos preocupam.

Propagou-se em Portugal, a ideia de que os alunos sabem tudo de tecnologias. Por isso, praticamente acabou-se com esta área da escola.

É uma ideia, que facilita e desresponsabiliza o descuido que tem havido com esta área. Pois, os alunos não sabem tudo de tecnologias, sabem manejar as máquinas, sabem jogar e ir às redes sociais, muitas vezes agindo de forma pouco adequada. O que mostra que não há, nem formação adequada, nem informação suficiente, para lidar com as exigências da sociedade digital, de hoje, porque o séc. XXI é hoje. Falta, portanto, apostar no desenvolvimento das literacias, de modo que aprendam a rentabilizar as suas potencialidades quer para o dia-a-dia, quer para o percurso escolar. Pois, vários estudos, referem que a maioria das profissões, usam as tecnologias, como suporte. Até, aquelas, que há alguns, não seria expectável que viesse a verificar-se.

2º Criou a ideia de que todos alunos têm computador e internet, em Portugal. Facto, que não corresponde à realidade. Na escola continuamos a receber alunos que não têm as condições nenhumas e que nunca trabalharam num computador.

3º A área da informática e da tecnologia é universal, é igual, aqui e noutro lugar qualquer do mundo. Ao não apostarmos nelas, estamos a cortar oportunidades aos alunos, porque hoje o mundo é aqui tão perto.

Posto, isto, cabe ao estado, neste caso Ministério da Educação, garantir aquilo que é a formação essencial a todos os alunos, numa área que se tornou necessária e essencial, para todas as profissões, e para a sobrevivência no dia-a-dia, na sociedade, em que já vivemos.

A única forma de garantir o acesso a TODOS os alunos, seja qual for o cantinho deste país, é haver uma disciplina para todos. A partir do momento em que isso é garantido, pode haver todos projetos possíveis e imaginários, que fomentem esta ou aquela área. Mas, projetos, são projetos, chegam, apenas,  um grupo restrito de alunos e serão sempre opção dos diferentes atores, direções, professores, alunos e encarregados de educação.

A situação que na altura expusemos, foi agora, mais ou menos resolvida com o Despacho 5908/2017, de 5 de julho, mais que ainda vai levar quatro anos a concretizar-se.

Questões e preocupações, manifestadas, dos grupos parlamentares:

  • Garantia de acesso para todos os alunos, incluindo os alunos que moram nas zonas de baixa densidade.
  • As condições e equipamentos existentes nas escolas.
  • Formação para os professores.
  • Existência de marcas associadas e dos privados dentro da escola.
  • Solicitaram ainda alguns esclarecimentos sobre o projeto de programação no 1º ciclo e sobre o uso de marcas e as ditas “salas do futuro”.

Esclarecemos que, na altura, que enviamos o comunicado, ainda não estava em despacho e não era garantida, o receio que tudo pudesse recuar, existia.  

Quanto ao processo de flexibilização curricular, informamos, que estamos nesse processo desde Outubro e já trabalhamos muitas horas, para que fosse possível.

Complementamos, ainda, que há muito tempo que as tecnologias deixaram de ser uma moda e passaram a ser uma necessidade. Não havendo, o tal espaço obrigatório para todos os alunos, este espaço torna-se propício ao privado. Havendo a oferta, a partir daí os cidadãos (pais e alunos), podem fazer as opções extra que entenderem.

Esclarecemos o que era o Despacho 5908/2017 – sobre o piloto da flexibilização curricular nos agrupamentos/escolas escolas que se inscreveram durante o ano letivo 2017/2018.

Sobre as condições de equipamentos nas escolas. Referimos que na maioria das escolas, o equipamento continua o mesmo que ficou em 2010, no âmbito do Plano Tecnológico. Outras por sua iniciativa, vão adquirindo e candidatando-se a projetos que ajudam a adquiri-lo. No entanto, autonomia também é responsabilidade e as prioridades de investimento por parte da escola são direcionadas para as necessidades. Assim, a partir do momento que passa a ser uma necessidade, passa a estar na lista das prioridades. Salientamos ainda, que no âmbito do projeto do 1º ciclo de iniciação à programação no 1º ciclo, muitos municípios ajudaram a colmatar as necessidades de equipamento.

Relativamente à formação dos professores, referimos que em Portugal há professores com formações adequada. No que se refere à formação para esta área ou projetos, salientamos que a própria ANPRI têm um Centro de Formação que para além, das nossas iniciativas, colaboramos na formação de professores e têmo-lo feito quando há necessidade ou nos é solicitado.

Esclarecemos, ainda que o projeto de iniciação à programação é um projeto plural, não há marcas de software obrigatórias, nem datadas.