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Desmaterialização das Provas Externas sim, mas nestas condições, não!

Desmaterialização das Provas Externas sim, mas nestas condições, não!

por Fernanda Ledesma -
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Chegaram, só hoje, às escolas as informações para “Aplicação da Realização de Provas e Produção de Credenciais”. Tendo sido publicadas ontem às 18h.38m, ou seja, depois do horário letivo das escolas, na página do Júri Nacional de Exames. As provas em suporte digital começam dia 16 de maio. Temos 2 dias úteis.

Nunca, durante o ano letivo, nas diversas reuniões e sessões, as escolas foram informadas da necessidade de instalar uma aplicação nos computadores. Mas, surpreendam-se, recebem essas indicações a dois úteis do início das provas. 


Neste manual refere é necessário instalar uma aplicação.

Então, se a maioria das escolas continua sem técnicos de informática, uma vez que a promessa de resolver este assunto continua sem luz ao fundo do túnel. A questão que se coloca é - quem é, que vai fazer este este serviço nas escolas?

Sabemos a resposta na ponta da língua. Serão, maioritariamente, os professores de informática, mais alguns colegas com apetência para o digital, pois claro!

Analise-se o trabalho que sai das indicações do dito manual, enviado hoje às escolas.

É necessário instalar a aplicação e testar o equipamento.


Agora faça-se o exercício seguinte:

Imagine-se uma escola (de dimensão média, nas cidades grandes, facilmente têm 10 turmas) tiver 6 turmas, num dos anos que vai fazer prova, a uma média de 25 alunos, por turma, perfaz 150 alunos. Contudo, as provas digitais estão previstas para o 2º, 5º e 8º ano. Ou seja, imaginado o cenário anterior serão 450 alunos e 450 computadores portáteis.

Com a realização das provas nos computadores cedidos aos alunos por comodato, então serão 450 instalações e verificações, sendo que a maioria dos computadores, estão em casa dos respetivos alunos.

Se as provas forem realizadas offline é necessário criar um servidor local. Quem vai fazê-lo?

O plano de transição digital nas escolas em sido levado às costas pelos mesmos de sempre. Os professores de informática, que estão estão exaustos, sem o tempo adequado para tratar de todos estes estes processos, que aumentaram e muito nos últimos anos. Já contamos com indicações tardias, mas isto é demais.

Quando é suposto instalar a aplicação?  Em que tempo? Os professores foram dispensados das aulas para o fazer? Isto é uma falta de respeito, por favor deixem-nos lecionar as nossas disciplinas.

O Plano de Transição Digital trouxe para a escolas mais planos e planinhos, relatórios e preenchimento de plataformas, mais cargos e ainda, vem aí a coordenação dos Centro Tecnológicos Especializados e a Coordenação dos Laboratórios de Educação Digital, mas horas no crédito de escola são as mesmas.

Saliente-se que não somos contra o processo de desmaterialização da avaliação externa e o projeto até foi planeado para ser implementado de forma gradual. Contudo, a entrega do equipamento às escolas não decorreu nos prazos previstos. O que implica diretamente com este processo.

Para uma maior apropriação do processo por alunos e professores deveria ter sido ponderado o adiamento por um ano letivo.   

Associação Nacional de Professores de Informática.